terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Como os povos da Antiguidade determinavam o solstício de verão

Muito do conhecimento obtido por povos da Antiguidade provinha da observação de fenômenos que ocorriam na natureza e, embora quase sempre uma divindade fosse associada ao que acontecia, a depuração de tudo isso resultou em um corpo de informações razoavelmente corretas, que estabeleceram as bases para o que, no futuro, viria a ser chamado de ciência, ao menos pelos nossos padrões. É o caso, por exemplo, da constatação das datas dos solstícios de verão e inverno, com o consequente estabelecimento de calendários.
Há quem se pergunte como era possível que povos "tão primitivos" fossem capazes de determinar, com alguma precisão, as datas dos solstícios, mas, como veremos, a coisa não é tão complicada quanto parece.
É fácil verificar que eram muito numerosos os povos que tinham festividades, geralmente englobando aspectos religiosos, para celebrar a passagem dos solstícios, particularmente o de verão, e a razão para isso é que não era preciso um alto grau de sofisticação técnica para descobrir as datas corretas - bastava, como instrumental, somente uma vareta fixada verticalmente no solo, sobre a qual incidia a luz do sol ao meio-dia, projetando uma sombra que variava ao longo do ano. Foi assim que constatou-se que a sombra chegava à sua menor extensão em data correspondente ao solstício de verão, voltando a crescer e atingindo sua máxima extensão por ocasião do solstício de inverno.
A partir daí, leitor, era relativamente simples chegar-se ao estabelecimento de um calendário, bastando, para isso, fazer a contagem dos dias que transcorriam de um solstício de verão a outro. Feita a conta, chegava-se a aproximadamente 365 dias, razão pela qual tantos calendários do passado têm esse número de dias ou algo semelhante a ele como seu ano-base. Evidentemente esse número, ainda que próximo da realidade, não é exato, daí surgindo a necessidade de algum fator de correção, que a continuidade das observações acabou por proporcionar a muitas civilizações, como os meses intercalares que se incluíam na contagem do tempo.
Haveria outras formas de determinação de um calendário? Sim, com menor precisão. Um ótimo exemplo é o que se relata a respeito de vários povos indígenas do Brasil, que, ao que parece, desconheciam os cálculos dos solstícios de verão e inverno, mas determinavam a passagem do tempo pela época do ano em que amadureciam determinadas frutas. Além disso, as fases da Lua eram também importantes para determinar o correr do tempo.


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