quinta-feira, 25 de agosto de 2011

N. Sra. da Candelária - sem exagero, uma bela igreja de Itu

Era o ano de 1825. O jovem desenhista francês Hércules Florence chegava a Itu, encarregado de antecipar os preparativos para a expedição científica comandada pelo Barão de Langsdorff, na época Cônsul da Rússia no Brasil, que deveria partir, desde Porto Feliz, descendo o rio Tietê rumo ao interior do Brasil. A despeito de andar muito ocupado em suas atribuições, H. Florence foi fazendo observações que hoje são uma fonte preciosa de informação sobre os lugares pelos quais passou.
Voltando ao fato de que se encontrava ele em Itu, anotou:
"Há em Itu um convento de franciscanos. A matriz, ornada com simplicidade, se bem pequena e exteriormente de pouca arquitetura, é a melhor de toda a província, depois da capital." (*)
Sobre o convento de franciscanos seria melhor dizer havia, isso porque um incêndio o destruiu completamente em 1907. Restou apenas, como recordação, a grande cruz de pedra, que ainda assinala o lugar. Porém, quanto à Matriz de Nossa Senhora da Candelária, construção do século XVIII, lá está ela, ainda que tenha passado por sucessivas reformas, e agora por uma restauração. Com isso, leitor, pode-se julgar se Hércules Florence fez um relato conveniente dessa igreja ou se, picado pelo mosquito do exagero, nativo daquelas paragens... exagerou.
Quem lê esta postagem terá, nas fotos seguintes, alguns elementos para firmar seu próprio juízo, concordando ou não com o viajante francês.

1. Fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária:


2. Vista do interior da igreja:


3. Capela lateral antiga, como se pode ver pelo estilo arquitetônico:


4. Outra capela lateral (mais recente):


5. Ao ser efetuada a restauração, descobriu-se que pinturas posteriores haviam encoberto a original, que passa por recuperação. Nesse detalhe, pode-se ver um trecho retratando a história bíblica do "sacrifício de Isaque", quando o patriarca Abraão é impedido, pela intervenção de um anjo, de sacrificar o filho:


6. A igreja atual tem vitrais bem interessantes. Abaixo está um deles:


7. Finalmente, ao deixar a igreja pela porta principal, o visitante pode ver este antigo entalhe na madeira:


(*) FLORENCE, Hércules. Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. Brasília: Ed. Senado Federal, 2007, p. 17.

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