segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Palas Atena

Como nasceu a deusa favorita dos atenienses


Imaginem, leitores, a mais terrível dor de cabeça. Pois saibam que, de acordo com a mitologia, Zeus teve uma dessas, e não foi no sentido figurado. Iria começar um "parto" estranhíssimo. É que da cabeça de Zeus, que tanto doía, saiu sua filha favorita, Palas Atena, retratada, entre os gregos, como a deusa do conhecimento, das decisões ponderadas, da perspicácia, mas que, a despeito disso, friamente pérfida, amava o som das batalhas, o tropel dos cavalos que corriam para a luta, o choque dos escudos dos combatentes, os gritos de comando, as demonstrações de bravura. 
Palas Atena era a deusa mais importante na cidade-Estado de Atenas. Não que os outros deuses não tivessem lá seu espaço, mas, usando uma linguagem de nossos dias, pode-se afirmar que ela era a padroeira. Teria a cidade se desenvolvido buscando ter, em si, as características da deusa ou, ao contrário, atribuía-se a Palas Atena aquilo que os atenienses valorizavam em si mesmos e em sua cidade? Afinal, Atenas foi, em seu máximo poderio, um centro de cultura absolutamente espetacular, mas era, também, imperialista, dominadora, escravocrata. Vejam, leitores, que, em uma ou outra hipótese, a cidade e sua deusa combinavam muito bem.
Tanta sabedoria - na deusa, bem entendido - estava, porém, condicionada à perpétua virgindade (*). Tudo tem seu preço, e nem mesmo para a queridinha de Zeus houve uma exceção.

(*) Essa é, portanto, a razão pela qual o templo consagrado à deusa em Atenas foi chamado Pártenon.


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