quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Métodos de tortura usados contra cristãos no Império Romano

"A um malfeitor qualquer", escreveu Tertuliano em sua Apologia, "torturam para que confesse seu crime, mas os cristãos são torturados para que neguem sua fé" (¹). 
Era o ano 200 d.C.; Sétimo Severo ocupava o posto de imperador em Roma e a perseguição aos cristãos era feroz. Mas que torturas, afinal, eram essas a que se referiu Tertuliano?
Ele próprio fez uma lista, que incluía estes itens:
  • Eram pregados em cruzes e paus;
  • Tinham as costas destroçadas com unhas de ferro;
  • Eram decapitados (²);
  • Eram queimados vivos;
  • Eram condenados a trabalhos forçados nas minas;
  • Sofriam condenação ao desterro em ilhas.
Ninguém imagine que Tertuliano estava exagerando, porque, se fosse esse o caso, o argumento de que se servia para demonstrar que as perseguições eram injustas teria pouco ou nenhum peso. Presume-se que essa coleção de horrores não foi inventada simplesmente para destroçar cristãos. Já existia e, de hábito, era empregada quando a intenção era arrancar (ou fabricar) confissões daqueles a quem se imputavam delitos ou quando o objetivo era punir criminosos comuns. 
Para quem achou tudo isso demasiado absurdo, lembro que a humanidade já viveu tempos brutais. É duvidoso, entretanto, que, desde então, tenha melhorado bastante - os leitores que estão familiarizados com a História, remota ou recente, sabem muito bem o que quero dizer.

(1) O trecho citado da Apologia de Tertuliano foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) Decapitar é cortar a cabeça. Não era, portanto, apenas um método de tortura, mas a execução de uma sentença de morte, o que também ocorria quando cristãos eram queimados vivos.



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4 comentários:

  1. Se ao menos os cristãos não tivessem continuado o ciclo de violência e tortura contra aqueles que não partilhavam a sua fé, que tinham sinais no rosto, que sabiam a ciência das plantas, etc, etc.
    Nós seres humanos não aprendemos facilmente as coisas que são realmente importantes...

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    1. E fato indiscutível que a Igreja perseguida veio a ser, posteriormente, também perseguidora. Não é fácil romper o ciclo. Nem é preciso procurar muito para encontrar uma multidão de outros exemplos. Mas é preciso tentar, e se a perseguição foi, muitas vezes (e lamentavelmente), em nome da fé, a ruptura também pode e deve ser, não é mesmo?

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  2. Desde que instalada uma suposta verdade, os guardiões do regime tudo farão para que ela assim se mantenha. Foi assim, assim tem sido, resta saber o que acontecerá amanhã. Mas não é difícil adivinhar.

    Um abraço, Marta :)

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    1. Já viu quem é favorecido pela situação do momento desejar alguma mudança?

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